A celulite é uma condição que afeta a aparência da pele, deixando-a com um aspecto ondulado, irregular e com covinhas, especialmente nas coxas, nádegas, quadris e abdômen. Embora não represente um problema de saúde grave, a celulite pode impactar a autoestima e o bem-estar emocional de muitas pessoas, especialmente mulheres.
Estima-se que mais de 85% das mulheres acima de 20 anos apresentem algum grau de celulite, independentemente do peso ou tipo físico. Mas afinal, o que causa esse problema tão comum e por que ele é mais frequente no público feminino?
Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é a celulite, quais são suas principais causas e fatores de risco, além de esclarecer alguns mitos comuns sobre o assunto.
O que é celulite?
A celulite, clinicamente chamada de lipodistrofia ginóide, é causada pelo acúmulo de gordura sob a pele, combinado com alterações na estrutura das fibras de colágeno e elastina que conectam a pele ao tecido subcutâneo. Esse acúmulo cria saliências e depressões, formando o aspecto característico de “casca de laranja”.
A celulite é classificada em diferentes graus, de acordo com sua visibilidade:
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Grau 1: celulite imperceptível em repouso, visível apenas ao pressionar a pele;
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Grau 2: aparência ondulada da pele visível sem compressão, especialmente sob certas iluminações;
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Grau 3: irregularidades bem marcadas, visíveis a olho nu em qualquer situação;
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Grau 4: além das depressões acentuadas, há flacidez e possível dor ao toque.
É importante reforçar que a celulite não é uma inflamação nem um acúmulo de toxinas, como muitas vezes se acredita. Trata-se de uma alteração estrutural do tecido subcutâneo.
Por que a celulite é mais comum em mulheres?
A predisposição feminina para desenvolver celulite tem uma explicação anatômica e hormonal. A estrutura do tecido conjuntivo das mulheres é diferente da dos homens. Enquanto nas mulheres as fibras colágenas formam um padrão vertical, facilitando o surgimento das ondulações, nos homens essas fibras são cruzadas, o que dificulta o aparecimento da celulite.
Além disso, os hormônios femininos, especialmente o estrogênio, têm papel fundamental na formação da celulite. O estrogênio favorece a retenção de líquidos, o acúmulo de gordura e influencia a elasticidade da pele — fatores que colaboram diretamente com o surgimento da celulite.
Principais causas da celulite
Embora existam fatores genéticos envolvidos, a celulite é uma condição multifatorial. A seguir, veja os principais fatores que contribuem para seu aparecimento:
1. Alterações hormonais
Os hormônios, como o estrogênio, a insulina, a noradrenalina, a prolactina e a tireoide, estão diretamente ligados ao desenvolvimento da celulite. Flutuações hormonais durante a puberdade, gravidez, menopausa ou uso de anticoncepcionais podem agravar o quadro.
2. Genética
A predisposição genética influencia diretamente a chance de uma pessoa desenvolver celulite. Se mulheres da sua família têm celulite, é mais provável que você também desenvolva.
3. Má alimentação
Uma dieta rica em gorduras saturadas, carboidratos refinados, açúcar e sal favorece o acúmulo de gordura e a retenção de líquidos, duas condições que contribuem para o aparecimento da celulite.
4. Sedentarismo
A falta de atividade física reduz a circulação sanguínea e linfática, contribuindo para o acúmulo de gordura e toxinas nos tecidos, o que favorece a formação da celulite.
5. Tabagismo
O cigarro prejudica a circulação, diminui a oxigenação dos tecidos e afeta negativamente a produção de colágeno, piorando o aspecto da pele.
6. Uso de roupas apertadas
Peças muito justas, como calças e cintas, dificultam a circulação sanguínea e linfática, aumentando a chance de retenção de líquidos e acúmulo de toxinas.
7. Estresse
Altos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, favorecem o acúmulo de gordura abdominal e a inflamação dos tecidos, agravando a celulite.
8. Retenção de líquidos
A retenção de líquidos provoca inchaço e piora o aspecto da celulite, pois prejudica a drenagem linfática e aumenta a pressão sobre os tecidos subcutâneos.
Celulite tem cura?
Não existe uma cura definitiva para a celulite, mas é possível reduzir significativamente sua aparência com mudanças de hábitos, tratamentos estéticos e acompanhamento profissional. A melhora depende da combinação de vários fatores e da constância nos cuidados com o corpo.
É fundamental adotar uma rotina saudável que inclua alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos, hidratação adequada e cuidados com a pele.
Como tratar a celulite
Como tratar a celulite deve ser individualizado e orientado por um profissional de saúde ou estética. Existem diversas abordagens que podem ser combinadas para melhores resultados, como:
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Drenagem linfática: melhora a circulação e reduz a retenção de líquidos;
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Radiofrequência: estimula o colágeno e melhora a firmeza da pele;
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Criolipólise: técnica que utiliza o resfriamento para eliminar células de gordura;
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Ultrassom: ajuda a quebrar a gordura localizada e melhora a textura da pele;
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Massagens modeladoras: estimulam a circulação e ajudam na remodelação corporal.
O mais importante é manter uma abordagem consistente e realista, evitando promessas milagrosas ou soluções temporárias.
Conclusão
A celulite é uma condição natural do corpo, especialmente do corpo feminino, e sua presença não está necessariamente ligada ao sobrepeso ou à falta de cuidados pessoais. Embora não exista uma cura definitiva, é possível amenizar seu aspecto com hábitos saudáveis e tratamentos específicos.
Entender o que causa a celulite é o primeiro passo para lidar com ela de forma consciente e eficaz. Com paciência, disciplina e orientação adequada, é possível conquistar uma pele mais lisa e uniforme — mas, acima de tudo, uma relação mais saudável com o próprio corpo.